segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Updating my style 2

Depois da separação de roupas resolvi definir quais são meus reais objetivos em relação a estilo. Não vejo problemas com meu gosto abrangente, mas infelizmente investir em muitos estilos demanda dinheiro que ao menos pelos próximos anos não terei condições de desembolsar. Tive que delimitar algumas prioridades de estilo.

estilos que não se encaixam com meu lifestyle atual/styles that don't match with my lifestyle right now


1. Mori Girl


Mori Girl e outros estilos semelhantes como Dolly e Natural Kei e derivados. Tem como não amar esses estilos? Sou apaixonada pelas rendas, os tecidos de florais, as texturas de lã e tons de nude e marrom. Fico encantada com outfits de pessoas como a Carol, mas infelizmente não é um estilo prioritário para mim e honestamente não usarei pelos próximos anos.

2. Fairy Kei


Eu adoraria conseguir usar um Fairy Kei no melhor estilo Rainbow Brite da força, mas não me vejo usando tantos tons pastéis, acredito que não me sentiria muito confortável, sou mais monocromática. Ao menos por enquanto prefiro admirar pessoas que usam o estilo com louvor, como é o caso da Kakao e da Carol.

3. Manba

2 of the pictures here are from TokyoFashion.com

Manba, Ganguro, Kuro Gyaru nem nenhuma derivação de gyaru muito extrema. Manba sempre será um dos meus estilos preferidos, mas é muito difícil usar no Brasil e não vale a pena o investimento. Com o decorrer dos anos percebi também que não sou muito fã de bronzeado, prefiro minha pele branca.

Outros estilos como Visual Kei, Decora e algumas sudivisões de Lolita também não me tentam tanto.

objetivos em relação a melhora de estilo/goals towards improving my style


1. Lolita

Lolita e eu já tivemos muitos desentendimentos no decorrer desses anos, mas nosso amor atravessou décadas e eventualmente tive que admitir que amo Lolita e que a desejo. Ok, estou soando como uma doente... ou como uma leitora de Nobovok (just kidding). Bem, de qualquer forma, sempre tive uma relação delicada com o estilo, primeiramente porque não é de hoje que nutro uma desconfiança em relação às tais "regras" pregadas por algumas pessoas, segundo porque não nunca me identifiquei com a cultura* que via por trás do estilo.

Felizmente ano passado fiz as pazes com Lolita, e de uma forma épica. Como? Bem, eu resolvi estudar academicamente moda japonesa (e games). Recomendo para todos estudar um pouco sobre o assunto, mas não em blogs e revistas de moda, porque apesar da riqueza de referências estéticas e informativas que elas nos fornecem, elas não tem por objetivo analisar de uma forma neutra o fenômeno. Revistas e blogs vendem lifestyles, opiniões pessoais, trabalham muitas vezes com marketing e propaganda. Menos válido que um texto científico? Dois pesos, duas medidas, são igualmente importantes, mas muito diferentes.

Esses vestidos não tem absolutamente nada a ver com o texto, mas são bonitos.

Ler estudos acadêmicos (e criteriosos) sobre o assunto é no mínimo interessante, porque abordar Lolita pela perspectiva sociológica/antropológica/histórica etc é muito diferente. O valor que Lolita para o Japão, principalmente no contexto dos anos 90 como uma contra-cultura jovem e toda a simbologia que essa tribo carrega, que envolve desde alguns conceitos da indumentária tradicional japonesa; o fato do Japão até o final do século XVII não ter tido contato com a indumentária ocidental; a adoção da moda vigente no Ocidente em massa no período pós-Segunda Guerra; Harajuku como um dos bairros trendsetter desde dos anos 50; a importância das cenas de Osaka, Kobe e Kyoto para Lolita; o estouro da bolha econômica no Japão no início dos anos 90 e desce a lista de fatores essenciais para compreender o estilo.

Honestamente, depois de ler sobre o assunto e ver a construção intricada que levou Lolita a florescer, você começa a ver como afirmar que um sapato X não se encaixa no estilo porque "nunca viu ninguém usando" ou que fulana não é Lolita porque tem anáguas murchas chega a ser até fútil comparado a grandiosidade estética e representativa que Lolita tem, hoje em dia não apenas para as japonesas, mas para garotas ao redor do mundo. Bem, eu escrevi três parágrafos sobre o assunto porque é maravilhoso, mas infelizmente é muito pouco para que eu apresente argumentos plausíveis sobre os pontos levantados, mas continuem a ler meus posts e prometo converter vocês para o lado acadêmico da força! Mwahaha! Enquanto isso leiam o livro Japan Fashion Now, do qual vou falar no meu próximo post (e por isso não vou dar detalhes nesse). Acham que eu deveria escrever um post sobre pesquisa acadêmica de moda japonesa também? Digam que sim, por favor.


Outras peças bonitas para distraí-los no Wall of text
E depois desse texto sobre a grandiosidade da pesquisa científica em moda japonesa eu encerro o assunto Lolita sem falar absolutamente nada sobre meu guarda-roupas. Só que ciência > estilo.

*Cultura: eu não vou definir detalhadamente o termo "cultura", porque isso por si só seria tema para um post inteiro e eu precisaria citar muitos autores. Em resumo, quando cito cultura me refiro a três aspectos que academicamente falando são classificados como necessários para que um determinado movimento seja considerado uma cultura, ou no caso tribo urbana: código de vestimenta único e diferenciado, jargão com características próprias e estilo de vida também com características próprias. Argh! Não citar autores para embasar minhas ideias me dá a impressão de uma argumentação inválida, mas vou passar essa.

Como um post sobre estilo se tornou um texto gigantesco sobre Lolita e a academia? That's fucking science, bitch!

2. Gyaru

Aqui algumas imagens de alguns estilos de peça de brands Gyaru que pretendo adquirir.


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